A ideia de evolução nos remete à teoria de Darwin, mas não é uma ideia limitada a uma única teoria, partindo do simples conceito de que o tempo passa e se esperarmos o bastante, as coisas mudam, nada permanece exatamente igual. Há um fluxo do tempo que dita o ritmo das mudanças e, se temos alguma sorte, progredimos no caminho certo, isto é, melhoramos e não pioramos a nossa própria existência como sociedade dos seres humanos.
A evolução biológica dos animais e do homem, como descreveu Darwin, é um processo contínuo porém extremamente lento, onde uma modificação evolutiva significativa transcorre em muitos milhares de anos e ao longo de muitas gerações. Para esperar uma evolução biológica que altere favoravelmente a espécie humana, descontando os fatores aleatórios, levaria uma eternidade, porém...
Há relativamente pouco tempo atrás na história do homem, na época da invenção da agricultura, tivemos uma espécie de evolução que não foi biológica e sim uma enérgica evolução do social, com resultados práticos muito acelerados e direcionados à organização de sociedades humanas possuidoras de costumes próprios, tradições e hábitos alimentares, expressando a sua cultura social diferenciando das demais. Os agrupamentos de clãs familiares sabiam que viver em grupo é mais seguro, e que para se viver em grupo é preciso colaboração entre si, iniciando uma comunicação sobre as fontes de recursos e a alimentação do grupo.
A evolução social é uma forma de viver que se desvinculou da evolução biológica por consequência do surgimento da linguagem. Através da formação de redes sociais entre os grupos, a fala humana surgiu para contar as histórias essenciais para que as sociedades estabelecessem uma cultura própria. Estas culturas explicam a sua desvinculação cultural da biologia natural através da elaboração e o uso de regras inventadas, interpretações imaginadas de grandes mitos e coisas sagradas, e o entendimento de que pode haver uma perspectiva de explicar o mundo de outra forma, onde cada membro individual pode oferecer uma nova interpretação da realidade e transmiti-la para a apreciação pelos outros.
As inúmeras possibilidades abertas pela evolução social da cultura humana aceleraram o avanço do conhecimento geral, de forma que em poucos milhares de anos, e não em milhões de anos como na evolução biológica, a evolução social deixou traços de profundo significado na espécie humana.
O constante aprendizado de viver em sociedades cada vez maiores populosas deu surgimento, (dentro da perspectiva de cada cultura), a um código de valores morais, a identidades pessoais independentes, aos seus próprios valores emocionais, a novos conhecimentos intelectuais e a conceitos religiosos elaborados.
Mas este não foi o final das possibilidades evolutivas. Uma terceira etapa evolucionária surgiu, justamente quando a evolução social já rendia seus últimos frutos, e iniciou-se então a era da evolução tecnológica.

A partir da invenção do Cálculo matemático, o conjunto de operações que se necessita para resolver um problema aplicado na prática é um algoritmo muito bem estruturado e resolvido; ele é bem específico, não é geral, é a resolução de problemas singulares.
Na era da tecnologia, o interesse pela pesquisa e o desenvolvimento de ideias guiadas pelo registro e experimentação dentro da metodologia científica foi um salto qualitativo para as realizações inventivas a serviço da sociedade humana.
E é neste ponto na escala de evolução tecnológica que estamos agora, avançando em direção ao futuro, detentores de tecnologias cada vez mais sofisticadas geradas pelo acúmulo de conhecimentos provenientes das etapas percorridas.
E rumamos para mais além, talvez infinitamente assim, ou enquanto houver conhecimento novo a descobrir.
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