O que é o pensamento crítico analítico?

Raciocinar é o exercício do intelecto crítico: enquanto observamos os eventos que acontecem ao nosso redor, ponderamos sobre alguma experiência e a examinamos extraindo as conclusões lógicas, com extrema dedicação aos ideais de claridade e rigor de argumentação.
Sendo a ação de raciocinar uma atividade cerebral herdeira e descendente direta dos dilemas de como vencer na luta pela sobrevivência, (este sem dúvida sendo o maior dos problemas práticos do dia-a-dia), o nosso intelecto racional surgiu quando um humano ancestral refletiu sobre algumas questões e, através de tentativas e erros, reuniu uma prática de procedimentos que foram aplicados para a solução das questões fundamentais da sobrevivência da espécie.
As primeiras consequências foram a criação das primeiras técnicas de caça e de agricultura, a construção de vivendas, a confecção de vestimentas, as ferramentas e as armas.
O mais primitivo dos seres humanos no passado já possuía um entendimento direto de causa-efeito e de agente causal. Desde então, os nossos padrões cerebrais de raciocínio continuam a obedecer aos modelos elaborados a partir destas estruturas lógicas de pensar e refletir sobre o mundo e os fenômenos físicos.
Atualmente, o objetivo do raciocínio analítico é descobrir o que é verdadeiro, e não é uma receita de como viver a vida.
As ciências modernas devem todos os seus avanços a este antiquíssimo poder de processar e classificar os fatos do quotidiano utilizando os modelos conhecidos, chegando até o método de teorizar sobre as observações com experimentações e fazer o registro dos fenômenos relatados.
A linguagem codificada das palavras e dos números escritos, a enumeração e a contabilidade prática progrediram graças à construção de cálculos e algoritmos bem definidos. A princípio estas fórmulas foram utilizadas na Antiguidade em operações matemáticas aplicadas para resolver problemas práticos ligados a processos básicos, singulares e pontuais. Hoje em dia as utilizamos muito mais amplamente para quase tudo.
Com o emprego da lógica, do pensamento objetivo racional e da capacidade de quantificar as observações e os experimentos, abstraindo desta atividade os modelos científicos que funcionem bem, os nossos esforços de percepção realista dos fenômenos naturais e a nossa tentativa de obtenção de conclusões objetivas buscam respostas bem raciocinadas às indagações, do tipo:
O que isto parece ser?
O que isto realmente é atrás das aparências?
O Universo em si é significantemente diferente do que apenas aparenta ser, mas estamos certos que podemos entender os processos, se conseguirmos observá-los diretamente.
Ao aprofundar o exame das questões e ao submeter as nossas suposições à racionalidade crítica, sempre revemos os conceitos propostos pelas ciências e os agrupamos para tentar entendê-los em conjunto, para depois reagrupá-los e tentar explicar de outras maneiras.
Os relatos dos procedimentos científicos precisam ser explicados, e não apenas descritos. Para isto devem ser combinados com outras fontes de conhecimento humanos, através da linguagem e da criatividade de léxico, da mesma forma em que os relatos de História ou Geografia são apenas descrições, e precisam ser explicados para formar um conhecimento mais completo dos eventos e lugares descritos.
Radius
A filosofia unifica todas estas instâncias a serviço das Ciências e da cultura em geral por proporcionar o entendimento do que acontece nas diversas áreas do pensamento humano, ao abstrair dos conhecimentos o que cada indivíduo ou ramo particular contribuiu, fazendo melhor sentido do conjunto geral do que cada parte individualmente e analisando com uma visão mais ampla do todo.
As teorias científicas são estruturas pensadas e elaboradas pela comunidade de cientistas e podem ser estudadas do ponto de vista ontológico e epistemológico por todos os não-cientistas.
Para entender o que acontece nas diversas áreas das ciências, precisamos fazer sentido dos argumentos propostos, identificar as suposições e afirmações e submetê-las à apreciação. Os argumentos devem ser ponderados e esclarecedores ao aprofundar o exame das questões, e o poder do pensamento crítico reside em convencer as pessoas do valor intrínseco do questionamento e da busca pela verdade através do debate de ideias, e depois reunir todas as resoluções resultantes para exame.
Os argumentos que não têm base ou premissa válida são fracos. Se neles está baseada, digamos, alguma diretriz pública por exemplo, então estes argumentos precisam ser analisados cuidadosamente para verificar o seu embasamento.
Deve existir um interesse permanente em descobrir quais são os valores corretos para a questão em debate, abraçando a necessidade de desconstruir e desestruturar os argumentos sem fundamentação, perseguindo um objetivo de pureza de conceitos, de maneira a evitar contradições e subjetividades.
A meta de estudo é a verdade empírica: estabelecer a correspondência entre a realidade objetiva e as proposições científicas e como tudo funciona conjuntamente: a coerência da estrutura interna das proposições e as suas relações lógicas.
O questionamento e a dúvida devem almejar boas respostas para fundamentar esta ou aquela questão: respostas que não sejam banais, que não sejam apenas culturalmente dadas como corretas e não concluídas através do raciocínio; ou mesmo ideias adotadas sem serem examinadas completamente, ideias de outras pessoas, ideias ditadas por autoridades que aceitamos de segunda mão, sem pensar muito.



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