O Reducionismo

Quando damos nomes às imagens que vemos, as transformamos em coisas: os objetos da realidade, e a totalidade da nossa realidade é montada, como num quebra cabeças, com estes objetos.
Criamos a nossa própria realidade em base aos nossos sentidos exteriores (a visão, audição, tato, paladar e o olfato) que são os nossos canais de observação e mediação do que acontece a nossa volta, e ao dar nomes ao que vivenciamos através dos sentidos os chamamos de objetos concretos reais.
Depois, passamos a enumerar, estudar e contabilizar estas imagens/objetos, e desde os primórdios o cérebro humano foi sendo moldado para trabalhar como o faz hoje, usando modelos de códigos de palavras e números.
A linguagem universal da Matemática quantifica o conhecimento de acordo com um padrão, isto é, os fenômenos estudados qualitativamente pelas ciências naturais são expressos em grandezas que são colocadas em razões quantitativas relacionadas em função de uma lei na Natureza.
As observações e os experimentos já enumerados são reduzidos a expressões e termos matemáticos, para depois serem colocados em fórmulas e equações de correspondente lógica numérica.
Graças ao método científico do reducionismo computável, o livro da Natureza pode ser explicado usando a linguagem da matemática, traduzindo tudo que existe por um modelo de tabelas numéricas padronizadas.
A álgebra, por exemplo, é uma linguagem matemática bem sistemática que descreve os números e que funciona como um programa de computador: anotamos os números escolhidos, fazemos o cálculo padrão e obtemos o resultado.
Mais recentemente no desenvolvimento dos modelos da Matemática houve um grande salto conceitual ao passarmos a analisar os problemas para que as soluções funcionem com qualquer número, ao calcular as fórmulas matemáticas que podem trabalhar com todos os tipos de números e ocasiões.
No presente, a linguagem matemática das equações é a melhor ferramenta que funciona para fazer projeções e previsões sobre alguns fenômenos futuros, o que é um objetivo epistemológico para as Ciências e um fato extremamente relevante, se é que se deseja prosseguir no presente caminho da civilização tecnológica em que vivemos.
spectroscope
O mesmo caminho no qual os cientistas fazem novas descobertas na Astronomia, na Astrofísica e na física de altas energias enquanto elaboram novas equações e descrevem novos modelos de teorias fenomenológicas sobre a matéria de que somos feitos e a origem do universo físico.




                                                       Criar, e destruir para renovar.
A reciclagem na linha do tempo é uma lei cósmica universal. As estrelas dispersam a sua massa ao morrer, e novas estrelas serão compostas a partir dos restos da estrela moribunda.
Os elementos químicos formados nas estrelas destruídas e desfeitas são reciclados e reaparecem em novas estrelas. Planetas e seres vivos serão posteriormente constituídos a partir das combinações destes elementos químicos.
spacetime curvature
Aparentemente nada pode ser renovado sem ser antes destruído, tudo que existe chega ao fim de seu tempo, os seres vivos envelhecem e morrem, as montanhas sofrem erosão e desaparecem, os mares secam, e até os planetas são destruídos quando poderosas estrelas se exaurem e morrem. O ciclo da criação-destruição é seguido por reciclagem e reconstrução.
Os seres vivos depois da morte decompõem-se em carbono e outros elementos, as montanhas erodidas em vales tiveram as suas rochas desfeitas em areia, os planetas estão sempre sujeitos a colisões espaciais e campos gravitacionais de outros astros, e as estrelas explodem em supernovas que, de tão quentes, os átomos desta estrela condenada são unidos em elementos mais pesados criados pela fusão nuclear.
Tudo destruído, porém tudo absolutamente necessário para a continuação do processo de reconstrução em conjunto com a etapa posterior de exterminação, em um ciclo interminável de reciclagem geral coligada, na que não existe nova vida sem morte precedente.
A primeira lei da termodinâmica demonstra a quantidade de energia e massa existente em todo o Universo que fica circulando nas transformações de uma para outra, e de tempos em tempos acontece uma catástrofe espetacular para agitar as coisas.
A segunda lei da termodinâmica aponta um decaimento e uma desordem geral do que já está com a sua forma organizada, e o resultado disto é uma disposição obrigatória do espaço, que fixa a direção do tempo sempre apontando para o futuro do Universo em expansão. E tudo o que acontece não pode ser revertido na sua orientação espacial, o tempo não pode andar para trás e sendo assim, nós conhecemos o presente e recordamos os fatos passados, mas não sabemos o que no futuro será causado pela entropia crescente em toda parte.

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